segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Redução no salário dos vereadores ganha força na região

Uma onda pedindo pela redução dos salários dos vereadores está surgindo pelo país. A revolta da população começou no município de Jacarezinho no Paraná, quando o presidente da Câmara se recusou em colocar em votação, um projeto de iniciativa popular que previa a redução dos salários de mais de R$ 6 mil para um salário mínimo.

Que os salários dos legisladores são altos, tudo mundo sabe, e precisam ser revistos. Quando no passado se falava em reforma política no país, a redução de gastos em casas legislativas eram uma das prioridades, mas infelizmente foi feita uma “reforminha política” e sequer eles, os legisladores, mexeram em seus salários e seus inúmeros benefícios. Agora como o povo não consegue fazer atender suas reivindicações em Brasília, está fazendo valer seu papel, que também é de fiscalizar, exigindo com que os vereadores enxuguem todas as despesas e reduzam seus salários.

No Paraná 22 Câmaras estão analisando a redução dos salários dos vereadores, dois municípios já reduziram. Em Santo Antônio da Platina as remunerações passaram de R$ 3.700 para R$ 970, e em Jacarezinho de R$ 6.200 para R$ 4.340. Em Garopaba uma mobilização está agendada para a próxima terça-feira (25). O presidente da Câmara, Luiz Bernardo, do PMDB, informou ao blog que os vereadores irão analisar essa situação, até nosso contato ainda não tinham uma definição.  

No país, o cargo de vereador é uma espécie de estágio, altamente remunerada, onde muitos ingressam na vida política. Aqueles que conseguem se candidatam a prefeito, deputados estaduais, federais e por aí vai. Política já é profissão não reconhecida há bastante tempo no Brasil. Receber cifras altíssimas por algumas sessões no mês, de fato, é muito dinheiro. Porém muitos utilizam esse recurso em assistencialismo, sendo um prestador de favores, coisa que não é a função do vereador. Cabem a eles fiscalizar e legislar.

Assim como a quantidade de vereadores na câmara, o salário deles é determinado pelo número de habitantes do município. Nas cidades com até dez mil pessoas, os salários devem ser no máximo 20% do vencimento do deputado estadual. Em localidades entre 10.001 e 50 mil habitantes, no máximo 30%.

Em Garopaba a Lei Nº  1.630, de 4 de abril de 2012 estabelece um salário de R$ 6.089 aos vereadores e R$ 9.133,50 ao presidente da casa, valores que são reajustados anualmente na mesma data e no mesmo índice dos servidores municipais. Em julho de 2015, a remuneração aos legisladores foi de R$ 64.939,15, como segue no infográfico abaixo.

Na análise feita pelo blog, utilizando os dados do portal da transparência, estudamos cinco municípios da região sul, que disponibilizam informações em seus portais. Dentre as despesas com a folha de pagamento, o município com maior repasse no mês de julho foi Imbituba, com R$ 197.061,08, deste montante, R$ 53.502,41, são de cargos comissionados. Garopaba está em segundo lugar, com R$ 97.440,32 e os comissionados representam 29,88% da folha, um total de R$ 29.111,87.