segunda-feira, 18 de abril de 2016

Eduardo Pinho Moreira entende que o PMDB não tem nomes capazes de conduzir o país

O vice-governador Eduardo Pinho Moreira, em entrevista ao repórter Robson Lunardi da rádio Guarujá e Jornal Hoje de Orleans, relatou que tem como candidato preferencial à presidência da república o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, do PSDB.

Essa decisão vem após o PMDB anunciar a saída do governo Dilma Rousseff. Eduardo é uma das lideranças mais influentes do partido no Estado. Moreira falou sobre a crise política e sobre o futuro político no Estado.

Qual a opinião que você tem a respeito da posição do PMDB perante o governo Dilma?
Defendo a saída do governo desde o ano passado. Aliás, na eleição de Dilma, no segundo turno, não fiquei no Brasil para não ter de fazer campanha para ela. Naquela época, já entendia que o país deveria mudar de rumo. Ressalte-se que não considerava o Aécio Neves o melhor nome. Para mim, o melhor nome para o Brasil chama-se Geraldo Alckmin, governador de São Paulo.

Mas Alckmin não é de seu partido...
Estou falando como brasileiro. Além dele, temos José Serra como outro nome competente. O PMDB, nesse momento, não tem nomes. O PMDB do Luiz Henrique, do Pedro Ivo, do Ulisses Guimarães não é esse que está lá hoje. Não é o PMDB do Romero Jucá, do Eduardo Cunha, que era do PRN, depois foi pro PT. O Garotinho levou ele pro PMDB. O Garotinho saiu e ele ficou, essa praga. Aliás, José Sarney ser presidente de honra do partido é um desrespeito!

Qual o verdadeiro PMDB?
O PMDB que defendo é o de Santa Catarina! É o de Luiz Henrique da Silveira, que no dia 1º de fevereiro de 2015, disputou a presidência do Senado com o Renan Calheiros porque não concordava com essa situação vivida no país. Fui para Brasília e o ex-presidente Lula passou a noite inteira cooptando senadores para votar contra o Luiz Henrique. Renan ganhou e está aí a situação do país. Se Luiz Henrique tivesse ganho, teríamos um Brasil diferente.

Onde deve haver a reforma no Brasil?
Hoje, um desses programas políticos que circulam na televisão são bastante caros. Os marqueteiros ganham absurdos! O programa é feito assim: um redator escreve, coloca no teleprompter e, se você for um bom artista e ler bem, se sai bem. Na campanha, tem de ser ao vivo e sem essas edições maravilhosas, com pessoas sorrindo e crianças brincando. O financiamento de campanha tem de ser público. Vai ter um Caixa 2 absurdo nessas eleições deste ano.

Por que você pensa assim?
O financiamento tem de ser transparente e público! Em um Brasil em que a democracia, ainda incipiente e que as liberdades são complexas, você tem de acabar com essas fantasias criadas e cada um precisa se impor sem a figura do marqueteiro e do redator.

O senhor prevê mudanças no governo?
Espero que Michel Temer possa assumir e mude de vez a história do Brasil. Quando Dilma se reelegeu, em 2014, considerei como a grande oportunidade dela de deixar a marca com um governo de notáveis, só que a primeira coisa que ela fez foi convidar ministros inexpressivos para atender a partidos. Enquanto essa barganha existir, os avanços serão pequenos. O brasileiro precisa saber votar e precisa aprender já nessa eleição municipal.

E o seu futuro?
Tenho 66 anos, quatro filhos e cinco netos. O que quero da vida? Já passei por várias experiências, mas elas ainda não se encerraram como vice-governador. Em 2018, Raimundo Colombo, provavelmente, vai renunciar para concorrer ao Senado, e eu devo assumir o governo. Meu sonho é que possamos fazer mais e melhor.

*Com informações do repórter  Robson Lunardi da Rádio Guarujá e Jornal Hoje de Orleans