quarta-feira, 6 de maio de 2015

Deputados propõe a extinção das faixas chamadas de terrenos de marinha

A audiência pública debateu os critérios adotados pela Secretaria do Patrimônio da União (SPU) para a demarcação dos terrenos de marinha. 

O evento lotou o auditório Antonieta de Barros nesta terça-feira (05/05), na Assembleia Legislativa, e contou com a presença do prefeito de Florianópolis, Cesar Souza Júnior, da superintendente do Patrimônio da União em Santa Catarina, Tereza Cristina Godinho Alves, de deputados estaduais, representantes de entidades, empresas e moradores.

FOTO: Miriam Zomer/Agência AL / 
Audiência para tratar da demarcação dos terrenos de marinha
A audiência foi proposta pela Comissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano da Assembleia Legislativa como forma de envolver a população em um assunto que pode impactar a vida de milhares de catarinenses. Estima-se que apenas na Capital são cerca de 30 mil famílias afetadas. “Queremos ampliar esse debate, de forma democrática, informando a população sobre o que está ocorrendo. Não faltarão esforços da nossa comissão para que a população não seja lesada”, afirmou o deputado João Amin presidente da Comissão.

O engenheiro Obede Pereira Lima, estudioso dos terrenos de marinha, falou sobre sua tese de doutorado, a principal defesa dos moradores de áreas que devem sofrer com a taxação, e criticou os critérios da SPU. “A SPU está fazendo uma marcação baseada em uma lei antiga, sem considerar as mudanças da maré”. Expressou Obede.

O subprocurador César Abreu, representante do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), acredita que a União não tenha mais direito a esses terrenos de marinha. Ele também lembrou que os terrenos de marinha perderam sua função, pois quando foi criado, tinha como objetivo defender o território nacional de possíveis invasores estrangeiros.

A superintendente da SPU afirmou que levará os questionamentos feitos durante a audiência aos responsáveis pela Secretaria do Patrimônio da União em Brasília.

Em Brasília, os deputados federais Esperidião Amin e Lelo Coimbra apresentaram a Proposta de Emenda à Constituição 30/2015 que pretende extinguir o instituto do terreno de marinha. Se a PEC for aprovada, as áreas passarão a ser de propriedade dos estados e dos municípios, estando os proprietários quites com suas obrigações.

A emenda apresentada na tarde desta terça-feira (05/05) na Câmara dos Deputados segue junto com os termos de outra PEC, a 53/2007, de autoria do Senador Almeida Lima que trata sobre o tema, e que está pronta para aprovação no Plenário do Senado desde maio de 2014. Caso seja aprovada, ao chegar na câmara, a PEC 53 será anexada a PEC 30, abreviando a tramitação na Casa.