quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Confusão na sessão da Câmara de vereadores de Garopaba

Conforme o blog tem noticiado, um grupo de pessoas que se mobiliza nas redes sociais, tem participado das últimas sessões da Câmara de Vereadores de Garopaba, solicitando que os parlamentares reduzam seus salários.

Segundo um dos integrantes, a redução proposta pelo grupo é de 50%, e o valor reduzido não deverá retornar ao poder executivo e sim para um fundo para maiores investimentos na saúde, que deverá ser criado. Na sessão do dia 8 de setembro uma das manifestantes prestou depoimento alegando não ter na rede pública municipal o medicamento para o seu filho.

Na última sessão, realizada nessa terça-feira (15), houve mais uma tentativa dos manifestantes, e a população só pode participar após um cadastro prévio daqueles que pretendiam entrar no plenário, além disso, uma empresa de segurança particular foi contratada e logo mais o Patrulhamento Tático da Polícia Militar compareceu à casa legislativa. Aos que estavam presentes o que se viu foi uma confusão entre alguns vereadores e membros da manifestação, alguns vídeos postados na internet demonstram a situação. Segundo informações, pelo menos sete pessoas foram levadas para a delegacia para prestarem esclarecimentos.

Em entrevista na manhã desta quarta-feira (16), ao programa “A Voz da Comunidade” da Rádio Comunitária de Garopaba, o presidente da Câmara, Luiz Bernardo, do PMDB, confessou que houve excesso tanto por parte dos manifestantes quanto por alguns legisladores, e que a presença deles no plenário era desnecessária, já que havia sido acordado que na sessão do dia 22 de setembro, a próxima, seria apresentado em plenário a resposta da solicitação de redução dos salários, feita por um representante do grupo.

O presidente da Câmara disse ainda, que existe a possibilidade de ser realizado um estudo para a redução dos salários da próxima legislatura, e que a atual já utiliza um valor abaixo do estabelecido pela legislação que estabelece um repasse a casa de até 7% das receitas da cidade e a câmara utiliza 4,5% o que corresponde a aproximadamente R$ 159 mil.

Sobre a falta de medicamentos, Luiz Bernardo mencionou que se reuniu com o prefeito de Garopaba, Paulo Sérgio de Araújo, do PSD e com a secretária municipal de saúde Micheline de Araújo Luiz. Segundo Bernardo eles se comprometeram em averiguar a situação repassada pelos manifestantes, e que irão intensificar o controle da distribuição de medicamentos na rede pública, já que segundo a secretária, pessoas de outros municípios podem estar sendo beneficiadas.  

A pressão popular se faz necessária para a cobrança de melhorias para a população, e é notório o descaso com o povo e o despreparo em dialogar. Sabemos que dessa mobilização a cidade poderia ser exemplo. Com conversa e organização, as cenas da última sessão teriam sido evitadas.

O fato é que o cargo de vereador não deveria ser considerado como uma profissão. Como muitos tem outra atividade, além da legislatura, valores como R$ 6 mil é muito para participar de algumas sessões por mês. Mas como é cultural, esses recursos são fundamentais para que os parlamentares realizem o famoso assistencialismo, culpa do povo. É bom deixar claro que o vereador deve apenas fiscalizar e legislar.

Agora todo esse descontentamento, e insatisfação com a classe política só deve mudar se o eleitor entender que os políticos são eleitos para os representarem, e não devem trocar seu voto por favores.

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